Zé Roberto: fichas da saúde ficam com vereadores -
que as distribuem em troca de votos para a reeleição, cometendo crime
eleitoral. Além disso, o candidato do PSTU classifica como vergonhoso o volume
de dinheiro público gasto com ocupantes de cargos comissionados em Itabuna.
“Em quatro anos são cerca de R$ 40 milhões, dinheiro que daria
fazer muita coisa em prol da comunidade”. Zé Roberto observa que são recursos
que faltam na educação e na saúde em Itabuna.
“É o dinheiro do povo que deveria ser destinado para obras de
saneamento básico e ações preventivas de saúde. Entendemos a saúde não apenas
como hospitais e unidades básicas, mas ações nas escolas, com atendimento
odontológico e psicológico paras as crianças”.
Ele avalia que Itabuna está destruída em todas as áreas. “Há um
caos generalizado na educação, saúde, esporte, cultura. Não existem condições
mínimas de moradia em vários bairros. O saneamento é precário. Falta espaço
para esportes. Com esse cenário, a juventude é quem mais sofre”.
Violência
Para o candidato, esse abandono vem contribuindo para o aumento da
violência em Itabuna, que tem registrado uma média de 15 assassinatos por mês,
sendo que a maioria das mortes envolve pessoas com menos de 25 anos e ligação
com o tráfico de drogas.
Segundo Zé Roberto, o PSTU acredita que essa realidade só mudará
com o envolvimento da juventude, principalmente a estudantil. “O nosso programa
de governo prevê ações como cursos de qualificação nos bairros, investimentos
em áreas de lazer e melhorias de moradia para o povo”.
Na avaliação do candidato, hoje o jovem tem mais facilidade para
entrar no tráfico do que ser preparado para o mercado de trabalho. “Temos que
mudar essa realidade. Precisamos valorizar as pessoas humildes. É necessário
tratá-las com dignidade”.
Ele entende que o poder público precisa investir na construção de
quadras poliesportivas nas escolas para estimular as crianças e adolescentes,
deixando que eles fiquem a maior parte do tempo praticando uma atividade
saudável.
“Mas as escolas estão quase todas deterioradas. Elas não contam
com uma estrutura mínima para ministrar um curso de dança, teatro”.
Abandonadas
Zé Roberto cita como exemplo a escola municipal do bairro Emanoel
Leão, que desabou no ano passado, poucos meses depois de passar uma reforma mal
feita. “Menos grave por ter acontecido no domingo. Se fosse em dia de aula,
seria uma tragédia, principalmente porque são crianças”.
Para o candidato, foi uma tragédia anunciada, “porque o prefeito
fez uma maquiagem naquela escola. A situação é parecida na escola Dom Ceslau,
no bairro Maria Pinheiro, que sofre com graves problemas estruturais”.
Segundo Zé Roberto, o atual prefeito não desenvolve nenhum projeto
social para a juventude, com ações nos bairros. “Parte da violência envolvendo
adolescentes deve-se ao prefeito José Nilton, que não tem investido. Somos
campeões de mortes de jovens por falta de políticas públicas”.
Conselhos
A proposta do PSTU é de que o orçamento do município seja
controlado pela população, através de conselhos populares de saúde, educação e
habitação. Eles não seriam apenas para fiscalizar, mas atuar como órgãos
deliberativos, com a população decidindo como serão aplicados os recursos.
O candidato denuncia que o atendimento nas unidades de saúde fica
mais precário porque os aliados do prefeito pegam as fichas para fazer campanha
política. “As fichas para atendimento ficam com candidatos a vereador ou
vereadores aliados, que as distribuem entre os possíveis eleitores”.
“Um dos que usam essa irregularidade é o vereador Raimundo Pólvora
(DEM)”. Zé Roberto diz que o uso da máquina pública em favor de determinados
candidatos é um crime costumeiro em Itabuna. Observa que aqui se troca
consultas médicas e cirurgias por voto.
“Por isso, se deixa de garantir um direito básico e elementar do
cidadão, que é o de ter acesso à saúde pública”.
O candidato finaliza afirmando que está com mais experiência
política e que o PSTU é reconhecido e respeitado como “o partido que está à
frente das lutas da sociedade não só no município, mas em todo o Brasil”.
“Tivemos um papel destacado durante a greve dos policiais
militares, dos professores do município, rodoviários e recentemente, dos
professores da rede estadual”.